Dúvidas e questões etimológicas 1



De segunda À ou A sexta-feira?

O certo é “de segunda a sexta-feira”.

Não ocorre a crase por um motivo muito simples: não há artigo definido antes de sexta-feira. Prova disso é que antes de segunda-feira, usamos somente a preposição “de”. Se houvesse um artigo para definir o dia da semana, deveríamos usar “da” (preposição “de” + artigo “a”).

Só haverá crase quando definirmos os dias da semana. Por exemplo: “O torneio vai da próxima segunda à sexta-feira.” Nesse caso, estamos definindo qual é a segunda-feira e qual é a sexta-feira.

Entretanto, geralmente a ideia é indefinida. Então, não esqueça: “de segunda a quinta”, “de terça a sexta”, “de quarta a sábado”, “de segunda a domingo”…



Curiosidades etimológicas

Vamos analisar aqui mais algumas curiosidades semânticas. Embora seja um assunto polêmico, é sempre interessante observar, por exemplo, a transformação das palavras.

Antes de tudo, quero deixar claro que, na minha opinião, não se trata de uma questão do tipo “está falando certo ou errado”, e sim se o uso da palavra está adequado ou não.

Certa vez, um colega nosso defendia o uso da palavra MEDÍOCRE no sentido de “estar na média”, ou seja, devido à sua origem, “um desempenho medíocre” seria um “desempenho médio, dentro da média“. Discordo, pois a palavra MEDÍOCRE apresenta uma carga negativa, pejorativa. Um “desempenho medíocre” é um “desempenho abaixo da média, fraco, ridículo”.

Não quero, com isso, incentivar o desrespeito à etimologia, ao sentido original das palavras. Entretanto, devemos estar atentos às transformações. Além da significação etimológica, há aquela do dia a dia. O sentido das palavras e expressões, muitas vezes, é definido pelo uso cotidiano. Isso pode provocar ambiguidades (=duplo sentido) ou até o uso de palavras com significado oposto ao original.

É interessante lembrar o caso da palavra FORMIDÁVEL. A sua raiz latina significa “medo, terror, pavor”. Assim sendo, “um dia formidável” seria um dia “terrível, pavoroso”. Duvido que alguém desse essa interpretação. Hoje, sem dúvida, “um dia FORMIDÁVEL” é um dia “maravilhoso”. Temos aqui um exemplo de palavra que perdeu o seu sentido original e hoje apresenta um significado quase oposto.

Aproveitando o assunto, eu tenho cinco perguntinhas. Você não precisa responder. Basta pensar sobre o assunto.

1) Você está recebendo o seu SALÁRIO em sal?

2) A sua SECRETÁRIA é do tipo que guarda segredos?

3) Se o estudante é quem estuda, que faz um TRATANTE?

4) O seu RIVAL vive nas margens de que rio?

5) Você já viu algum FAMIGERADO de boa fama?

Quero, por fim, deixar aqui um abraço CORDIAL. Por falar nisso, você sabia que um abraço CORDIAL é “um abraço DE CORAÇÃO”. Vem do latim. Daí o famoso “saber de cor“, ou seja, “saber de coração”, e não “de cabeça”. Cabeça, em latim, era caput, por isso DECAPITAR, CAPUZ, CAPITAL, CAPITÃO… E é bom lembrar que cardio de CARDIOLOGIA também significa coração, mas vem do grego.

Tchau. Estou indo EMBORA. Só não sei se estou indo EM BOA HORA.



Contar em português (Brasil)



Visão geral

O português do Brasil (português brasileiro) pertence às línguas indo-europeias, no grupo das línguas românicas. Originário de Portugal, evoluiu separadamente do português europeu a partir do século XVI na sua ortografia e pronúncia. Regulado pela Academia Brasileira de Letras, é hoje falado por cerca de 170 milhões de pessoas no Brasil, mas também em Portugal, em cinco países africanos (em Angola, em Cabo Verde, na Guiné-Bissau, em Moçambique, e em São Tomé e Príncipe), assim como em Macau e em Timor-Leste. Dependendo do país em questão, fala-se português europeu ou crioulo português.

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 é um tratado internacional cujo objetivo é criar uma ortografia unificada para o português, por todos os países de língua oficial portuguesa. A única mudança na escrita dos números é a eliminação do trema em . Assim, cinqüenta no Brasil [50] escreve-se agora oficialmente cinquenta.

Regras de numeração do português (Brasil)

  • Os algarismos de zero a nove têm nomes específicos, como os números de dez a quinze: zero [0], um [1], dois [2],três [3], quatro [4], cinco [5], seis [6], sete [7], oito [8], nove [9], dez [10], onze [11], doze [12], treze [13], catorze[14], quinze [15]. Os números de dezassete a dezanove são regulares, isto é que se escrevem (foneticamente) com a dezena seguida pela unidade sem espaço: dezesseis [10 e 6], dezessete [10 e 7], dezoito [10 e 8], dezenove[10 e 9].
    O algarismo seis também pode-se dizer meia, abreviatura de uma meia dúzia, especialmente no telefone quando se trata diferenciar entre seis e sete.
  • As dezenas têm nomes específicos baseados na raiz do algarismo multiplicador correspondente, à exceção de dez e vinte: dez [10], vinte [20], trinta [30], quarenta [40], cinquenta [50], sessenta [60], setenta [70], oitenta [80] enoventa [90].
  • A mesma regra aplica-se às centenas: cem [100] (centos em plural), duzentos [200], trezentos [300], quatrocentos[400], quinhentos [500], seiscentos [600], setecentos [700], oitocentos [800] e novecentos [900].
  • As decenas e as unidades unem-se com e (e), como em trinta e cinco [35], assim como as centenas e as dezenas (exemplo: cento e quarenta e seis [146]), mas não os milhares e as centenas, a não ser que o número se termina com uma centena com dois zeros (exemplo: dois mil e trezentos [2 300] mas dois mil trezentos e sete [2 307]). A conjunção e utiliza-se também para unir diretamente os milhares e as unidades (exemplo: quatro mil e cinco[4 005]).
  • O Brasil utiliza a escala curta na qual cada número maior do que um milhão é mil vezes maior do que seu antecessor (enquanto o português europeu utilize a escala longa onde o fator mil é substituído por um fator de um milhão). Por exemplo, temos um milhão (106), depois um bilhão (109), um trilhão (1012), um quatrilhão (1015),um quinqualhão (1028)…