Acentuação
A acentuação está relacionada com a prosódia e a ortografia, estabelecendo normas para uma escrita correta
Caro leitor, nesta subseção nos dedicaremos ao estudo das regras de acentuação. As regras existem para estabelecer um sistema que organize a tonicidade, que nada mais é do que a intensidade de pronúncia das sílabas da língua portuguesa.
A acentuação está relacionada com a ortografia, sistema convencional que representa a correta escrita da língua, e com a prosódia, estudo que trata do conhecimento da sílaba predominante, chamada sílaba tônica. Para proferirmos corretamente as palavras, é necessário que saibamos sobre os seus sons, fazendo assim o uso de maior ou menor intensidade conforme a sílaba tônica. Às sílabas de menor intensidade atribuímos o nome de sílabas átonas, ou seja, sílabas que são pronunciadas com pouca intensidade tonal. A acentuação gráfica diz respeito ao estudo das regras que disciplinam o uso adequado dos sinais que indicam a posição da sílaba tônica, entre outras particularidades, como o timbre e a nasalização das vogais.
Alguns elementos deverão ser considerados no estudo da acentuação. São eles:
⇒ Acento de intensidade;
⇒ Posição do acento tônico;
⇒ Acento de intensidade e significado da palavra;
⇒ Acento de insistência e emocional;
⇒ Acento de intensidade na frase;
⇒ Vocábulos tônicos e átonos.
É importante ressaltar que as regras de acentuação na língua portuguesa sofreram uma recente reforma, quando entrou em vigor, no dia 1° de janeiro de 2009, as Novas Regras Ortográficas da Língua Portuguesa. As novas regras ainda geram muitas dúvidas, especialmente no que se refere à acentuação gráfica. Para auxiliar você na melhor compreensão dessas modificações, você encontrará aqui diversos artigos que serão muito esclarecedores e úteis em seu processo de aprendizado.
Claro que as regras de acentuação são complexas e até mesmo indecifráveis para muitas pessoas, mas a partir de seu estudo, poderemos estabelecer uma relação de familiaridade, o que facilitará em muito a prática das normas na linguagem escrita. Para sanar possíveis dúvidas, é desejável que as regras sejam sempre consultadas, pois quando fazemos do estudo um exercício constante, as chances de aprendermos e apreendermos são muito maiores! Bons estudos!
A correta utilização que se atribui à letra "x" Dúvidas em relação ao emprego do “x”?
Palavras que corriqueiramente causam dúvidas em relação à escrita, assim como tantas outras. Diante desse impasse, como compreendermos acerca de suas características ortográficas?
Nada que uma boa dose de prática não consiga saná-lo, mas enquanto conquistamos tal habilidade, resta-nos ampliar nossos conhecimentos a cada instante, a fim de que possamos constatar algumas peculiaridades inerentes a essa parte da gramática– ora representada pela ortografia.
Assim sendo, verifiquemos algumas considerações, tendo em vista o emprego relacionado à letra “x”:
Casos relacionados a essa ocorrência:
*Depois de ditongos:
ameixa, caixa, baixela, caixote, peixe, feixe...
* Em palavras de origem indígena e africana:
Xingu – Xavantes – maxixe...
* Palavras iniciadas pelas sílabas “em” e “me”.
México – mexilhão – mexerica – enxame- enxurrada...
Observação importante:
Caso houver o prefixo “-em” seguido de palavras iniciadas por “ch”, o dígrafo será mantido.
encher – derivado do substantivo cheio
encharcar - derivado do substantivo charco
enchumaçar – derivado do substantivo chumaço
A confusão entre tu e você
A conjugação verbal do modo imperativo no português moderno, às vezes, incomoda quem conhece a gramática tradicional, principalmente quanto se trata do uso de tu e você.
Por exemplo: lê ou leia? Você quer saber bem o assunto, então leia este livro. Usou o tratamento você (3.ª pessoa) e o verbo ler ficou leia (3.ª pessoa do modo imperativo). Houve uniformidade de tratamento.
Ou então: Tu queres saber o assunto, então lê este livro. Usou o tratamento tu (2.ª pessoa) e o verbo ler ficou lê (2.ª pessoa do modo imperativo). Houve uniformidade de tratamento.
Você quer saber bem o assunto, então lê este livro. Usou o tratamento você (3.ª pessoa) e o verbo ler ficou lê (2.ª pessoa, tu). Não houve uniformidade de tratamento. Isso não é tolerado pela gramática tradicional.
O português moderno permite que se escolha livremente entre tratá-lo por tu ou por você. Nas gramáticas tradicionais, são duas formas igualmente corretas para tratar a segunda pessoa do discurso: 1.ª pessoa: quem fala (eu-nós)/ 2.ª pessoa: com quem se fala (tu-vós, você-vocês)/ 3.ª: de quem se fala (ele-eles, ela-elas).
Embora tu e você se refiram à segunda pessoa do discurso, tu pertence à 2.ª e você pertence à 3.ª pessoa gramatical, exigindo as formas verbais e os pronomes respectivos.
Mas o rumo evolutivo da língua aponta a supremacia absoluta do você e a retirada de cena de tu/vós. A conjugação verbal se reduzirá a quatro pessoas: eu, ele, você; nós, eles, vocês.
Para fazer um convite, uma exortação, ou dar uma ordem usa-se o imperativo, mas no português moderno misturam-se imperativo e subjuntivo.
Veja a antiga propaganda da Caixa Econômica Federal "Vem pra Caixa você também!". Vem é o tu do imperativo. Para haver uniformidade, deveria ser "Venha pra Caixa você também!"
Imperativo afirmativo: (não há 1.ª pessoa do singular), vem tu, venha você, venhamos nós, vinde vós, venham vocês.
Daí a frase "Ou você se atualiza ou a concorrência te engole..." ser legítima no português popular e no apelo publicitário, mas afrontar a gramática tradicional.
Regras de Acentuação
São acentuados os monossílabos tônicos terminados com a(s), e(s), o(s) − dá, pá, pás, má, más, vá, lá, já, fé, pé, pés, dê, mês, rés, rês, Zé, né, cós, dó, nós, pó, pôs, vê-la.
Regras de Acentuação para Oxítonas
Levam acento as oxítonas terminadas em vogais tônicas/tónicas a(s), e(s), o(s) ou em(ns) −está(s), olá, filé, pontapé, purê (puré), rapê (rapé), judô, metrô, mocotó, acém, detém, provêm, provéns.
Oxítonas com ditongos abertos ei, eu ou oi, podendo estes dois últimos ser seguidos ou não de s – anéis, batéis, fiéis, papéis, céu(s), chapéu(s), ilhéu(s), véu(s), corrói (de corroer), herói(s), remói (de remoer), sóis.
As formas verbais oxítonas, quando conjugadas com os pronomes clíticos lo(s) ou la(s), terminam na vogal tônica/tónica aberta grafada a, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas r, s ou z – adorá-lo(s), dá-la(s), habitá-la(s).
Regras de Acentuação para Paroxítonas
Em geral, as palavras paroxítonas não são acentuadas graficamente: enjoo, floresta, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo.
São acentuadas as paroxítonas que apresentam, na sílaba tônica/tónica, as vogais abertas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em l, n, r, x e ps, assim como, salvo raras exceções, as respectivas formas do plural: amável (amáveis), éden (édenes ou edens), açúcar (açúcares), cadáver (cadáveres), tórax (tórax ou tóraxes).
Obs.: Poucas paroxítonas deste tipo, com as vogais tônicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias, o qual é assinalado com acento agudo, se aberto, ou circunflexo, se fechado: pônei e pônei; pénis e pênis; tênis e ténis; bônus e bônus; Vénus e Vênus.
É facultativo o acento agudo em formas verbais do pretérito perfeito do indicativo: amamos (amámos), louvamos (louvámos), votamos (votámos).
Recebem acento gráfico paroxítonas terminadas em que, quem, com u pronunciado: alongínque, delínque, retórque.
Regras de Acenturação para Proparoxítonas
Todas são acentuadas − árabe, câmara, blasfêmia (blasfémia), dinâmico, fêmea (fémea), glória, lúdico, mágoa, músico, náusea, período, público, trêmulo, último, viríamos.
Regras de Acentuação para Ditongos
Perdem o acento gráfico o i ou u tônicos/tônicos precedidos de ditongo em paroxítonas − baiuca, feiura, Ipuiuna.
Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei ou oi − alcateia, assembleia, heroico, tireóide.
Perdem o acento gráfico os vocábulos terminados em oo ou eem − creem, deem, releem, veem, enjoo, perdoo, zoo.
Perde o acento gráfico o u tônico/tónico dos grupos, que, qui, que, qui − argui, averigue, apazigue (apazígue), oblique (oblíque).
Também não leva acento se a vogal i ou u se repetir, o que ocorre em poucas palavras: vadiice, sucuuba, mandriice, xiita, mariice (neologismo de Guimarães Rosa). Convém lembrar que, quando a vogal i ou u for acompanhada de outra letra que não seja s, não haverá acento − ruim, juiz, paul, Raul, cairmos, contribuiu, contribuinte, distribuiu, atraiu, raiz.
Pode-se usar acento agudo ou circunflexo na letra e ou o antes de m ou n que não formam sílaba: acadêmico (académico), cômodo (cómodo), fenômeno (fenómeno), tônico (tónico), Vênus (Vénus).
O verbo pôr e as formas verbais pôde, têm e vêm recebem acentos diferenciais, as duas últimas quando na terceira pessoa do plural do presente do indicativo de ter e vir.
Regras de Acentuação para Trema
Este sinal de diérese foi inteiramente suprimido. Exceções: Palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: hübneriano, Müller.
Regras de Acentuação para Acento grave
Na contração da preposição a com as formas do artigo ou pronome demonstrativo o: à (de a+a), às (de a+as) e também na contração da preposição a com os demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo ou ainda da mesma preposição com os compostos aqueloutro e suas flexões: àqueles(s), àquela(s), àquilo, àqueloutro(s), àqueloutra(s).
Regras de Acentuação para Hiatos
Quando a segunda vogal do hiato for i ou u, tônicos/tónicos, acompanhados ou não de s, haverá acento − proíbo, faísca, caíste, saúva, balaústre, carnaúba, país, aí, baú, Jaú, paraíso, saúde, heroína. Se o i for seguido de nh, não haverá acento − moinho, tainha, campainha, redemoinho.
A letra H – Casos nos quais a empregamos
Sabe-se que todos os fatos inerentes aos estudos linguísticos se perfazem de características próprias, e quando se trata de enfatizarmos as questões relacionadas à ortografia, a situação não é diferente. Dessa forma, ao nos dispormos a conhecer os traços que demarcam a letra em questão, logo o que nos vem à mente é que ela é destituída de valor fonético. Constatação esta perfeitamente plausível, pois tanto no início quanto no final, tal aspecto se torna perfeitamente evidenciado.
Mas isso não quer dizer que o “h” não esteja relacionado a circunstâncias específicas no que se refere ao uso. Pelo contrário, pois semelhantemente a tantas outras letras com as quais já estabelecemos familiaridade, ele também se deve a condições predeterminadas, tais como:
* No início ou final de algumas interjeições.
Ah! Ih! Heim! Hum!...
* No início de determinadas palavras, em decorrência de questões etimológicas:
hoje (palavra de origem latina, caracterizada por hodie)
horizonte (palavra de origem grega relativa a horizon)
hesitar e hilário e suas respectivas variantes, entre outras.
* Na formação de alguns dígrafos, representados por ch, lh, nh.
cachorro – palhaço – milho – passarinho...
* No substantivo próprio representado por Bahia, em decorrência da secular tradição.
Todavia, o adjetivo pátrio que a ela corresponde não se grafa com o h – baiano.
* No início de algumas palavras compostas, tais como:
Hiper – elevado, maior.
hiper-requintado – hiper-resistente...
Hidro – cujo significado se refere à água.
hidroginástica – hidromassagem...
Hipno – relacionado ao sono.
hipnotizar – hipnose...
Hexa – relação com o número seis.
hexágono – hexacampeão...
Hepta – relação com o número sete.
heptágono – heptassílabo...
Hepato – relacionado ao fígado.
hepático - hepatite...
Homo – relativo a igual, do mesmo gênero.
homofobia – aversão àqueles que se relacionam com pessoas do mesmo sexo.
Hipo – baixo, menor.
hipoglicemia – hipotermia...
Hetero – referente a algo contrário, oposto.
heterossexual (alguém que se relaciona com pessoas do sexo oposto).
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