Desafios do ensino da Língua Portuguesa



A língua portuguesa abrange uma variedade tão grande de conteúdos didáticos que, muitas vezes, nem mesmo o professor sabe por onde iniciar seu trabalho. Redação, leitura, compreensão de textos, tipos de textos, gramática; o que deve ser ensinado primeiro? Como inserir tais conhecimentos em situações reais de utilização da língua materna? Estes e muitos outros questionamentos têm atormentado profissionais de letras de todo o país. Com isso, também, novas reflexões têm sido feitas a respeito do modo como o nosso idioma é ensinado nas escolas. 

É fato que a língua portuguesa apresenta um considerável grau de complexidade; porém, é importante lembrar que quem dá vida à língua são seus próprios falantes e que, uma vez adquirida a experiência lingüística oral, todo e qualquer indivíduo é capaz de aprender sua estrutura gramatical. 

Os povos que dominam o idioma português, desde a infância, apresentam uma “gramática internalizada”; assim, instintivamente, sabem reconhecer “as palavras e formações de sua língua em quaisquer contextos em que as encontrar, interpretando-as e compreendendo-as, além de combiná-las das maneiras mais variadas possíveis, expressando-se em diversas situações de comunicação”.

Entretanto, o ensino de língua portuguesa ainda necessita de novas avaliações. E apesar da importância existente em cada conteúdo, é imprescindível que este seja planejado e organizado de forma estratégica, ou seja, de modo que os objetivos do professor sejam alcançados com êxito. 

É propício considerar a posição de Bechara (1985; 40) e de Travaglia (1996; 17), respectivamente, quanto a este assunto: “... podemos dizer que o objetivo precípuo da escola consiste na formação, aperfeiçoamento e controle das diversas competências lingüísticas do aluno”. “... O objetivo de ensino de língua materna é prioritariamente desenvolver a competência comunicativa...”. 

Imprescindível, também, é lembrar que não basta alguns poucos estudiosos realizarem pesquisas, criarem novas teorias de ensino e publicarem seus conhecimentos se os profissionais da educação – neste caso, os professores de língua portuguesa – não estiverem dispostos a reverem sua prática em sala de aula e não optarem pela mudança de estratégia, em busca de melhores resultados. 

Com isso, podemos inferir que é o comprometimento e a responsabilidade dos nossos educadores que farão com que o ensino da língua materna tome nova direção e torne-se mais adequado às expectativas e necessidades de seus aprendizes.

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